Dor, impunidade, morosidade da Justiça e falta de apoio do Estado, algumas razões que motivaram a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Vítimas de Violência da Câmara.
Com o apoio de 262 deputados e 12 senadores e de muitas ONGs criadas pelo mesmo motivo, a Frente Parlamentar pede justiça e o fim da impunidade. Afinal de contas, o Brasil lidera o ranking mundial de homicídios: 50 mil por ano.
A revisão do Código Penal Brasileiro, criado em 1940 pelo presidente Getúlio Vargas, é uma das bandeiras defendidas pela Frente Parlamentar, que pede o cumprimento das penas fixadas pelos tribunais do júri e juízes singulares, garantindo a justiça no País.
Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que integra o colegiado, "a discussão ganhou força e boa visibilidade para organizar o debate e criar uma marcha crítica, pois o que está em jogo não é o tamanho da pena, mas o sentimento de impunidade", afirmou.
Já o deputado Domingos Dutra (PT-MA) aposta "em uma marcha crítica sem o sentimento de vingança, mas de prevenção". Segundo ele, a Frente ajuda a repensar o sistema de saúde, a segurança pública, a necessidade de o Judiciário ser mais ágil e principalmente a qualidade de informação no Brasil, que "só estimula a violência com os enlatados".
A Frente Parlamentar busca o apoio da sociedade civil, do poder público e do Congresso Nacional para aprovar medidas que contribuam para a redução de crimes hediondos no País.
J.Batista
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Dep. Keiko Ota e o presidente da Câmara, Marco Maia |
Keiko Ota é um exemplo concreto. Entrou na política para buscar justiça pela morte do filho Ives Ota, sequestrado e morto em 1997, aos 8 anos de idade. Deputada do PSB-SP ao assumir a presidência da Frente Parlamentar, Keiko assume também o papel de porta-voz dos que perderam seus familiares, vítimas de violência.
"A Frente é parte da realização de um trabalho de 13 anos. Seu objetivo é defender as famílias vítimas de violência, lutar por seus direitos e assegurar que essas pessoas tenham melhor qualidade de vida", afirmou.
A criação de um programa de acompanhamento psicológico e de apoio jurídico e financeiro às vítimas de violência e seus familiares é uma das prioridades da Frente Parlamentar, que busca o cumprimento do artigo 5º da Constituição Federal.
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade".
Sites de alguns movimentos que apoiam a Frente Parlamentar: